Certamente
o escândalo político que envolve o nome do Senador da República, Demóstenes Torres,
impressiona pela rede conexões pela qual se expressa um esquema de corrupção
que arregimentou uma gama significativa de agentes públicos no Brasil. Infelizmente,
pelo histórico da política brasileira, e mesmo em face da aplicação da maior
pena perpetrada pelo plenário do Senado Federal a um de seus membros, assim
como pelo repúdio e indignação de homens e mulheres de bem de todo Brasil,
sabemos que esse não será o último caso de corrupção que ocupará a agenda da mídia
brasileira.
Não
se trata de nenhuma profecia, basta apenas lembrarmos do funesto fato,
consubstanciado na aprovação do ministro Dias Toffoli (desempatou a votação), que autorizou o registro
de candidatura de políticos que tiveram suas contas reprovadas pela justiça
eleitoral. Fato que possibilita o nascimento e a engorda de outros políticos da
mesma índole dos mensalões, dos desvios, das relações mafiosas e do
descaramento mais pérfido que, mesmo aqueles que não possuem uma aguda lupa
ética, podem ver sem forçar os olhos.
Mesmo
sabendo que a falta de transparência na prestação de contas da campanha
eleitoral revela e preludia, salvas as exceções, o mesmo princípio na
manutenção das contas públicas, o referido ministro aprovou e retroagiu uma
decisão já proferida e passa a beneficiar mais de 15.000 candidatos que se
encontram com suas contas condenadas.
Nós,
gente simples, que na maior parte do tempo nossas decisões afetam e transformam
apenas o pequeno mundo do qual fazemos parte, podemos agora dar a resposta que
o alto clero da política e das instituições democráticas parecem não dar conta
de responder. Podemos derrubar moralmente aquilo que, sob a lei, imoralmente
foi estabelecido. Em tese, e sob um julgamento passível de críticas, essa
aprovação pode ter como resposta o não nas urnas de todo Brasil. Um não rotundo
àqueles que desejam nos representar sem o mínimo de decência e honestidade. Um
não aos mensaleiros, mensageiros e agentes dos males sociais; um não àqueles
que desviam, antes das verbas públicas, a boa educação que um dia lhes foi
transmitida, se é que prestaram atenção a ela; um não a todos que, sem um tanto
de brio, tentam nos comprar com as migalhas, para dessa maneira nos roubar o
direito à mesa, na qual podemos desfrutar de uma boa educação e de uma boa
saúde.
Glauco kaizer
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