domingo, 12 de agosto de 2012

Antes do "pai", o sorriso


O que poderia ser melhor do que ver aqueles olhos brilhando, compartilhados com sorrisos que nem mesmo a mais bela de todas as rosas ousou desabrochar? O que poderia fazer tanto sentido quanto aquelas indecifráveis palavras, que nos fazem inferir um amor que ainda não chegou à língua tal qual a conhecemos, mas que já transluz uma verdade tão firme que palavra alguma pode, de todo, captar?
Eles chegaram em nossa casa e no começo podiam tão pouco.... na verdade apenas choravam diante das carências de suas necessidades. Mas aos poucos foram aprendendo muitas coisas. E a principal delas não foi falar papai. Foi sorrir essa palavra quando nos veem chegando depois de um dia cansativo. E assim nos ensinaram sorrir um tipo de sorriso que ainda não havíamos experimentado. Quem diria, tão pequenos e já nos davam a maior de todos os ensinamentos. Logo, mesmo antes da palavra, aqueles sorrisos que nos chamam papai se encontraram com aqueles sorrisos que chamamos filho e filha e assim fizeram surgir a melhor alegria de nossa efêmera existência. Foi assim, diante desses sorrisos, que senti a concretude e a plenitude da experiência de ser verdadeiramente pai.

Glauco  Kaizer

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