quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Reflexão

Tens algo em ti que te é precioso? Orgulha-te de ti mesmo das graciosas dádivas que possui? Te lembras de algum feito teu que, a despeito de toda sublime humildade que te encarnas, faz sorri orgulhosamente tuas entranhas? Por que então te é tão fácil despir os outros da dignidade que possuem? Como podes sentir-se bem com a nudez perversa que impõe àquele que sequer pode defender-se de ti? Boas memórias devem sempre ser lembradas e reverenciadas como existência sã e moderada. As más devemos dizer uma só vez: vai e não peques mais. E depois esquecer (os feitos e não as pessoas). Porém, ainda há aqueles que se banqueteiam do infortúnio alheio e bebem as amarguras de outros como bebida doce. São aqueles que, encapados de uma honradez incólume, deitam suas palavras como porcos às perolas da existência. São sepulcro. São cal. São caos e calamidade. Mas se quiserem podem ressuscitar, ressurgir numa nova e apaziguadora maneira de ser. Aquela já antiga. Que cobre a nudez com o manto do cuidado e que no lugar da vergonha oferece respeito e honra. Assim como aquele que levou sobre si toda vergonha e que só dizia respeito a nós, e que até hoje está dizendo: vai e não peques mais!


Glauco Kaizer

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