Chico
Buarque estava certo quando afirmou que haveria malandros candidatos a
malandros federais e também malandros estaduais (por minha parte). Esses
malandros hoje ocupam a câmaras e senado federal, fazendo dessas casas, casas
da malandragem institucionalizada. É claro que deve haver bons políticos, mas
sobre eles, caso não se rebelem contra essa malandragem, respinga toda essa
malandrice praticada acintosamente. E o curioso é que definição de malandro
parece que ter sido criada para essa classe regular de malandros profissionais,
a saber, individuo dado a abusar da confiança dos outros, que não trabalha e
vive de expedientes, sendo o principal deles o desvio de verba pública ou o uso
indevido da mesma.
Reportagens
a respeito da desonestidade desses agentes públicos inundam a televisão
brasileira. Mal tomamos ciência de um escândalo, lá vem outro ladeira abaixo,
catalogando mais uma lista de pessoas que abusam da confiança daqueles que
depositaram tudo na sua legislatura/gestão. Na verdade, a lista de malandros é
grande. Conta com malandros de todo tipo: malandros comunistas, malandros
religiosos; malandros ateus; malandros aliados, malandros de oposição; malandro
vasilina; mas todos são bons malandros capitalistas, até mesmo os comunistas. Em nome de uma
vantagenzinha aqui ou ali, de uma graninha a mais, uma “verbazinha de gabinete”,
um vigésimo quinto salário, coisas do gênero de uma imoralidade cínica e
despudorada, todos eles se debruçam sobre o pior de sua desumanidade, capaz de
enriquecerem-se com o empobrecimento da nação, acrescentando miséria sobre
miséria, sofrimento sobre sofrimento.
Esses
malandros, não obstante a música do Chico, não chacoalham no trem da central,
mas chacoalham com o dinheiro público e com as vidas dos milhões de brasileiros
que dependem diretamente desses recursos. Mas até quando deixaremos que esses
malandros abusem de nossa paciência?
Glauco
Kaizer
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