sábado, 7 de abril de 2012

Soneto Pascal


De repente a esperança da conta de si mesma
Do golpe agudo da separação se levanta
E do abismo da imprecisão se precisa
Revolve-se da dimensão mais profunda da incompreensibilidade humana

E traz de novo, com sua pele sovada,
seus pés e mãos marcados por sua afetação  amorosa,
o toque daqueles que se amam mesmo diante da contestação da dúvida,
sem, contudo, perderem-se pela cegueira do esquecimento.

Trazem consigo a lembrança um do outro. Um porque pelo simples
 toque julga ter por certo sua dúvida sanada.  Outro porque pelo
 toque simples sabe reviver seus companheiros de sua tensa jornada.

Trazem também consigo a paixão de sua humilhação. Dos olhares inseguros  à certeza
 de um novo tempo, ambos se celebram. Mistério e receio inundam aquele momento,
em virtude da escuridão do calvário que se dissipa com o soprar de um novo Vento.

Glauco Kaizer

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