terça-feira, 24 de agosto de 2010

Contra quem?

Ao que parece, segundo pesquisas de opinião, Dilma leva já no primeiro turno. Serra e o PSDB prometem uma atuação mais ofensiva para tentar levar o jogo para o segundo tempo. E para isso prometem traçar novas estratégias, apesar de certo descompromisso dos candidatos da base aliada em seus programas políticos na televisão. Serra anda meio sumido em muitos Estados.
Com dezessete pontos a frente do candidato tucano, Dilma Rousseff conta com a ajuda de um grande e poderoso cabo eleitoral. O primeiro de suas fileiras. Trata-se de ninguém menos do que o Presidente da República Federativa do Brasil, o Sr Luiz Inácio Lula da Silva. Este não mede esforços para sacramentar a vitória de sua pupila. Não bastasse a migração de popularidade e do casamento político do pai e da mãe do Brasil, e de todo marketing para elevar a imagem de sua candidata, Lula sai como uma nova. Em um discurso realizado ontem na porta da fábrica da Mercedes- Bens, em São Bernardo do Campo, ele afirma que “se Deus está conosco, que será contra a gente?” (parafraseando Rm 8, 31), referindo-se a eleição de sua candidata.
Sem duvida seja a vontade de Deus estar ao lado de todo ser humano, principalmente no que diz respeito à defesa de sua dignidade e mesmo na reconstrução de sua capacidade de ser sujeito de sua própria história e não massa de manobra. E nisso, é claro, ele conta com muitos aliados, homens e mulheres que se engajam nessa causa. Contudo, não que seja essa a intenção do nosso presidente ao parafrasear o referido texto, Deus não está ao lado de ninguém contra alguém. Deus é Deus de todos e todas. Dar a impressão da chancela divina de uma candidatura, seja lá qual for o motivo levado em conta para essa possível avaliação, não fica lá muito bem. Se é estratégia política para atingir uma fatia distante do eleitorado, menos ainda, porque tanta submeter seus ouvintes a certa manipulação, criando, além disso, a funesta impressão de particularismo divino com relação a esse ou aquele candidato. É como se quisessem dizer: “esse candidato é de Deus”, subtendido que o outro, ou os outros, não.
Não quero atacar a candidatura de ninguém. Mas fica o alerta contra aqueles que tentam divinizar uma candidatura, prática que já foi muito recorrente em nosso meio evangélico, mas que, graças a Deus, está perdendo sua força. Façamos política com honestidade, discernimento, altruísmo, responsabilidade e justiça com os pobres e miseráveis da sociedade. Nisso já transparece os desígnios divinos para que construamos uma sociedade e um mundo melhor.
Glauco Kaizer

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