sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal, Feliz Reino de Deus!



Desde seu nascimento, a figura e a pessoa de Jesus esteve associada a um reino. Houve muitas incompreensões a respeito das impressões desse reino e muitos projetavam sobre a figura de Jesus e seu Reino suas aspirações políticas, religiosas, partidárias etc. Foi mesmo difícil compreender a realidade do reino que se desprendia das ações e palavras do mestre de Nazaré. Além disso, Jesus não fez de si mesmo o tema central de seus ensinamentos e pregações. Para ele o mais importante era anunciar e pregar o Reino de Deus, que se revelava na imagem de Deus como Pai e que chegava até os homens como expressão máxima de sua presença e de seu amor. Com essa declaração Jesus anuncia o programa de sua presença, ou seja, o reinado de Deus sobre os homens.
Trata-se do nascimento de um novo tempo, marcado pelo socorro divino realizado na pessoa de Jesus de Nazaré. A situação dos paralíticos, dos cegos, dos leprosos, de acordo com pensamento da época, não pode ser considerada como vida, uma vez que se encontravam praticamente mortos. Logo, para Jesus é central a pregação e demonstração da realidade do reino que, segundo ele afirma, já está entre as pessoas (Lc 17,21). E o sinal dessa presença é sua própria vida, pois Jesus abre as portas do Reino de Deus para os homens, que chega até eles, inicialmente, como qualidade de vida e, definitivamente, como a superação do abismo da morte.
Nesse sentido, o nascimento de Jesus – o Natal – é senão a concretização da entrada do Reino de Deus na vida da pessoa humana. E o sinal da realidade desse Reino, assim como em Jesus, pode ser representado pelo bem estar e qualidade de vida dos homens, da mesma maneira que os coxos e os enfermos do tempo de Jesus puderam experimentar e foram sinal da presença desse Reino, como afirmou Jesus em sua resposta à pergunta de João batista. Portanto, tudo que promova a dignidade da pessoa humana e torne possível a realização de sua felicidade, pode ser descrito como um fragmento da realidade do Reino de Deus, que ocorre como antecipação daquilo que, no futuro, acontecerá definitiva e perfeitamente.
Enfim, aos festejos do Natal não devem faltar aquelas ações pelas quais o ser humano sinta-se verdadeiramente humano, respeitado em sua liberdade e sua dignidade. Nisso visualizamos o Reino daquele que não fez outra coisa senão promover e apoiar a pessoa humana em sua história terrena, tanto quanto está apoiando para o cumprimento do dom de sua eternidade. Dessa maneira, o natal perde sua orientação pontual, que ocorre uma vez só no ano, e passa a ser compreendido como realidade cotidiana. Mas isso não invalida nossa data festiva. Pelo contrário, só torna seu significado mais profundo, de onde tiramos uma prática existencial e humanizadora e nos assemelhamos a Jesus de Nazaré.
Na vida do Filho encontramos o Reino. Sendo assim: Feliz Natal a todos, ou melhor, feliz Reino de Deus a todos!

Glauco Kaizer

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