sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Para que sejamos um!

O caminho da Comunhão começa em Deus e se finda n’Ele.

J

esus, além de querer que nós fossemos um entre nós, queria e quer que sejamos um com Ele, com Seu Pai e com o Espírito Santo. E este nível é o ápice da comunhão pretendida por Ele através da vida que viveu e que remonta de maneira perfeita e completa o projeto de Deus para o homem em co-existência com Ele. Uma comunhão que transcenda os limites da humanidade e da matéria. Um projeto ousado e magnífico que tira o homem do fracasso e do descaso e o insere no convívio com o eterno Deus, dando-lhe a oportunidade da eternidade. Tira o homem do estigma do não ser para o ser. Quer dividir com o homem muito mais do que Seu reino. Quer dar ao homem a honra do conviver e estar sempre com Ele no coração de Sua intimidade, pois uma vez Ele disse: “para que onde eu estiver estejais vós também”. Esse convite foi e vai além do período que Jesus passou entre os homens aqui na terra. Ele objetiva a co-existência do homem com Ele no seu reino eterno de paz e de gozo. Mas apesar dessa dimensão eterna de gozo, quer que nós participemos dessa unidade com Ele primeiramente aqui na terra, mesmo diante das muitas dificuldades que tentarão nos distanciar desse nível. Conseguir a unidade e a comunhão que está estabelecida através do modelo da trindade, significa delinearmos os traços do novo nascimento, aspectos que nos farão reconhecidos como discípulos de Jesus. Pois no novo nascimento herdamos os traços daquele que nos regenera: Deus. Aí seremos realmente Seus filhos, porque quando nos olharem dirão: como se parece com o pai.

Antes de tudo, precisamos entender que nossa iniciativa em ser um com Jesus fracassa quando não conseguimos ser um entre nós. É contraditório pensar em ser um com Ele se desprezamos e nos negamos à unidade entre os irmãos, entre os membros do corpo que fazemos parte. Se nos negarmos à busca de uma caminhada em comum, de gestos de ternura e cuidado, de iniciativas de amor e tolerância, da busca do diálogo aberto e desarmado. Devemos expurgar dos nossos corações todo tipo de competição, inimizades, contendas, ciúmes, iras, facções, dissensões, partidos e divisões, que sempre são reflexo da má qualidade cultivada em nossos relacionamentos. Os membros do corpo da comunhão devem estar sempre na condição de co-existentes, respeitando e aprendendo a especificidade da cada um dos demais membros, para que a obra do todo que somos resplandeça na cooperação, na harmonia e no amor. Cubramo-nos com cuidado, ternura, honra, gentilezas, amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade e fidelidade.

Numa sociedade carente de valores como estes, sedenta de bons exemplos para espelharem seu comportamento, nós, o corpo da unidade de Jesus, devemos nos revestir dessa comunhão. Um andar ajustado e coordenado, pois é assim que um corpo sadio se comporta. E sem a prática da comunhão em amor, como já disse anteriormente, não poderemos ser considerados como a igreja verdadeira, aquela que tem a chancela do Espírito Santo. Pois só Ele pode testemunhar, sem sombra de dúvida, se somos ou não somos a igreja do Deus vivo. Mas, pelo Espírito Santo, conseguiremos atingir esse nível entre nós e conseqüentemente com nosso Deus, tornando-nos assim uma comunidade de fé entrelaçada pelos fios da unidade.

A vida nessa comunidade de fé e amor fluirá como as fontes águas, que tem seus córregos convergindo todos para um mesmo ponto, formando assim um grande e poderoso rio. Águas claras, férteis e cheias de vida, que servirão de sustento a todos aqueles que a ele vierem, pois no interior de cada um de nós, através da pessoa de Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo, fontes que jorram para vida eterna foram abertas. E estas fontes em convergência formam de pequenas nascentes rios poderosos. E esse grande rio se chama comunhão.

Na passagem do evangelho de João, capítulo 4, versículo 14, Jesus declara a mulher samaritana sobre uma água especial que só Ele poderia oferecer e que dentro das pessoas se tornaria uma fonte que jorraria para vida eterna. Uma água que mataria a sede que dentro do homem também é eterna. Mas o grande poder dessa água era o de se propagar e fazer de pequenas fontes, rios poderosos, que trariam vida ás regiões áridas e inférteis do coração do homem. E aquela mulher realmente se impressionou com Jesus. E a despeito d’Ele talvez não ter bebido de sua água, ela bebeu de água que Jesus lhe ofereceu. E a primeira coisa que ela fez após beber dessa deliciosa e refrescante água, é chamar mais pessoas para que pudessem, mais do que beber de sua fonte inaugurada, mas terem em si próprios, inauguradas por Jesus, sua fontes que jorram para vida eterna. E dessas pequenas fontes inauguradas, convergindo todas no mesmo ponto, como já dissemos, formaram um rio. E todos sabemos que onde há rios, há vida. Toda cidade ou vilarejo que é cercado por um límpido rio é abundante em vida. Há animais, há plantas e a colheita farta, pois não falta água em abundância. E da mesma forma é a unidade entre nós com o nosso Deus. A unidade entre nós responde pelo rio, mas é Deus, na pessoa de Jesus, pela obra do Espírito Santo, que o fará jorrar para a vida eterna. E contra o rio da comunhão não há resistência, por onde esse rio passar, tudo vai transformar.

Glauco Kaizer

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